
Foto: Divulgação/Crunchyroll
No quarto episódio de Gachiakuta, a trama volta a crescer com força. Agora longe dos vilões do passado, Rudo começa a conhecer o verdadeiro papel dos Cleaners e o funcionamento desse novo mundo, mais complexo, mais caótico e, acima de tudo, mais coletivo do que ele imaginava.
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O anime mantém seu ritmo dinâmico e entrega um capítulo visualmente incrível, com batalhas criativas e mais uma dose de reflexão social por baixo da estética suja.
A recepção é estranha e cheia de mistério
O episódio começa com Rudo chegando à base dos Cleaners, onde é recebido por Semiu, uma personagem peculiar e atenta. Seu instrumento vital são os óculos, que revelam dados de quem ela observa. Mas, ao analisar Rudo, algo dá errado. Um borrão estranho aparece. Ela não comenta nada, mas Enjin percebe. O mistério sobre Rudo volta à tona logo de início e levanta uma nova questão: o que há de tão incomum dentro dele?
O clima de desconfiança se dissolve por um momento com uma pausa na lanchonete e depois numa tentativa frustrada de encontrar o chefe dos Cleaners. Como o líder está ausente em uma viagem sem previsão de retorno, Riyou assume a iniciativa e leva Rudo a campo como aprendiz. Essa escolha narrativa é inteligente: além de movimentar a trama, permite que o protagonista entre em contato direto com o ofício que diz não querer seguir.

A missão: entre caos, ação e desconforto
Riyou, que até então era só uma figura curiosa, ganha o protagonismo da missão. E que missão. Eles partem para uma área poluída, onde a concentração de Trash Beasts é alta. Acompanhados por três membros de apoio, o grupo logo entra em combate com as criaturas deformadas. Aqui, a série mostra mais uma vez que sabe criar cenas de ação estilizadas, criativas e com personalidade.
Riyou domina a batalha com tesouras gigantes, lutando com os pés em uma coreografia insana e cheia de energia. Seu jeito despreocupado contrasta fortemente com o nervosismo de Rudo, que ainda parece deslocado e perdido. No início, ele observa mais do que age. Só entra em cena quando um dos apoiadores cai, e é nesse momento que algo muda.
Rudo tenta ajudar, mesmo sem saber controlar seus poderes. Sua arma se transforma de maneira estranha, formando uma espécie de teia, e não funciona como o esperado. Mas o gesto de colocar o corpo em risco por outra pessoa é o que chama a atenção de Riyou. Ela o elogia por agir por instinto, não por obrigação. Nesse detalhe, o episódio entrega uma de suas maiores mensagens: coragem não depende de preparo, mas de escolha.

Um novo Rudo começa a surgir
Ao longo do episódio, Rudo percebe que não pode continuar encarando tudo como se estivesse de passagem. Ele não é mais um visitante. Ele está inserido nesse mundo, e ignorar isso é negar o impacto das suas ações. A conversa com o apoiador que o salva reforça essa ideia: “pense no seu objetivo e corra em direção a ele”. A partir daí, Rudo começa a se mover diferente.
Essa virada emocional do personagem não é forçada. Pelo contrário, é natural, coerente com sua trajetória e reforçada pelo ambiente ao seu redor. Os Cleaners funcionam como uma comunidade. Eles não apenas lutam juntos, eles sobrevivem juntos. Rudo, aos poucos, entende que não existe mais “sozinho” nesse novo contexto.
O episódio entrega mistério, combate e revelações
Riyou finaliza a luta com uma ação impressionante: corta os “cabelos” do monstro e encontra um brilho incomum dentro da cabeça da criatura. Trata-se de um instrumento vital, algo que até então não se sabia que poderia ser absorvido por um Trash Beast. Essa reviravolta adiciona mais profundidade ao mundo de Gachiakuta e levanta novas dúvidas sobre o funcionamento do Anima, da energia espiritual e das próprias criaturas.
Enquanto isso, o roteiro dá um último giro ao mostrar que um dos antigos captores de Rudo acorda em outro lugar. Ao mencionar o termo “spherite”, ele desperta o interesse de uma figura encapuzada. O episódio termina com essa cena misteriosa, sinalizando que o passado de Rudo pode voltar a assombrá-lo em breve.

Animação criativa, direção consistente e personagens marcantes
A produção técnica do episódio continua impressionando. A luta de Riyou é o grande destaque visual, com animação fluida e uso criativo das armas. A direção aposta em ângulos dinâmicos, cortes rápidos e efeitos bem aplicados, o que dá ritmo e emoção às cenas de combate. A trilha sonora, apesar de discreta, reforça os momentos de tensão e intensidade.
Narrativamente, o episódio se equilibra entre o desenvolvimento de Rudo, o carisma dos novos personagens e as revelações do universo. Nada é gratuito. Cada fala, cada gesto e cada ação ajudam a expandir o mundo e a amadurecer os personagens.
Gachiakuta cresce no caos e nas conexões
O quarto episódio de Gachiakuta prova que a série está cada vez mais segura do que quer contar. A ação é excelente, o sistema de poder continua sendo explorado com profundidade, e o crescimento de Rudo é palpável. A adição de Riyou como guia temporária não só trouxe leveza como fortaleceu o aspecto coletivo da narrativa. E os mistérios, tanto internos quanto externos, continuam sendo alimentados com cuidado.
Mais do que sobreviver, Rudo começa a entender o que significa fazer parte de algo. E é nesse processo, entre escombros, perigos e pequenas vitórias, que a verdadeira transformação acontece.
Gachiakuta está disponível na Crunchyroll.