CRÍTICA | Infect Cam tenta surpreender, mas fica no quase

Infect Cam tenta surpreender, mas fica no quase

CRÍTICA | Infect Cam tenta surpreender, mas fica no quase

O mercado de jogos indie continua crescendo e trazendo experiências curiosas para quem busca algo diferente dos grandes lançamentos. Dentro desse cenário, Infect Cam surge como um título que mistura ação, zumbis e elementos de sobrevivência em uma estrutura ainda em desenvolvimento, mas que mantém certa personalidade.

Este review analisa em profundidade o que o jogo oferece hoje: seus gráficos, sistema de combate, inteligência artificial e capacidade de entreter, especialmente se você procura apenas algo para passar o tempo.

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Imagem via Ravenholm Interactive

Primeiras impressões de Infect Cam

A sensação inicial ao entrar em Infect Cam é a de estar diante de um projeto com boas intenções, mas ainda carente de refinamento. Nada aqui grita “grande produção”, mas o jogo também não parece descuidado. O que vemos é uma obra com identidade, que tenta equilibrar simplicidade com acessibilidade, garantindo que até jogadores menos exigentes possam se divertir sem grandes barreiras.

Essa primeira camada dá o tom da experiência: Infect Cam não é um jogo marcante ou memorável, mas é funcional no que se propõe. Ele oferece uma sessão rápida, direta e que serve bem quando a ideia é apenas descansar a mente enfrentando hordas de zumbis.

Gráficos: simplicidade com propósito

Um dos pontos mais perceptíveis em Infect Cam é seu visual. O jogo aposta em um estilo 3D de baixa complexidade, com texturas modestas e modelos simples. Apesar disso, os gráficos não soam desleixados. Pelo contrário: existe um charme particular na estética adotada, que lembra jogos clássicos com apelo nostálgico.

A escolha por um estilo mais básico funciona a favor do título. Em vez de tentar alcançar realismo e falhar, Infect Cam abraça suas limitações e entrega um visual que parece intencional, algo que muitos jogos independentes tentam e nem sempre conseguem. A direção de arte é discreta, mas coerente. É aquele tipo de estilo que não impressiona, mas também não atrapalha a diversão.

Para jogadores que valorizam performance ou preferem jogos mais leves graficamente, esse é um ponto positivo. Já quem busca detalhes elaborados, cenários profundos e ambientes realistas, provavelmente ficará decepcionado.

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Imagem via Ravenholm Interactive

Gameplay: funcional, mas engessado

Quando analisamos a jogabilidade de Infect Cam, fica claro que há espaço, e bastante, para melhorias. A movimentação do personagem é aceitável, mas carece de fluidez. O sistema de tiro funciona, mas não transmite impacto ou precisão suficiente para criar uma sensação real de combate.

Entre os problemas observados:

  • animações inconsistentes, que por vezes deixam o personagem visualmente estranho;
  • recargas sem sincronia com a arma em mãos;
  • sensação geral de rigidez nos controles.

Ainda assim, o gameplay não chega a comprometer o jogo. Há um esqueleto sólido por trás da experiência, indicando que a base está montada e pronta para receber melhorias. Infect Cam funciona como um jogo para relaxar, onde o jogador passa alguns minutos derrotando zumbis sem exigir precisão milimétrica ou mecânicas complexas.

Zumbis: o aspecto mais fraco de Infect Cam

Em um jogo de sobrevivência com mortos-vivos, a expectativa é que os inimigos sejam intimidadoras. Em Infect Cam, infelizmente, esse ainda não é o caso. A inteligência artificial dos zumbis apresenta falhas perceptíveis que afetam tanto a imersão quanto a diversão.

Os zumbis:

  • se agrupam em linhas pouco naturais;
  • possuem hitbox inconsistente, exigindo múltiplos disparos sem lógica clara;
  • reagem ao som de maneira errática;
  • se movem com pouca variação, o que tira o ritmo da ação.

Comportamentos previsíveis tornam o jogo menos desafiador, diminuindo o senso de urgência que se espera desse tipo de experiência. Uma IA mais agressiva, caminhos de perseguição mais inteligentes e variações de dificuldade fariam maravilhas para Infect Cam.

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Imagem via Ravenholm Interactive

Modo história: presente, mas discreto

Um aspecto curioso é o modo história. Ele existe em Infect Cam, mas é tão pouco destacado que muitos jogadores acabam passando por ele sem perceber. Isso indica que a narrativa ainda não é prioridade no desenvolvimento, ou que falta uma apresentação mais envolvente para contextualizar o jogador.

Caso os desenvolvedores decidam investir nesse recurso, há potencial para transformar o game em algo mais robusto. Uma história simples, mas bem estruturada, já poderia dar personalidade e atrair mais jogadores.

Potencial e futuro de Infect Cam

Mesmo com suas falhas, Infect Cam transmite uma energia positiva de projeto em construção. É o típico jogo indie que ainda está encontrando seu caminho, mas que já apresenta a base necessária para crescer. Com polimento nas animações, melhoria da IA e uma narrativa mais clara, ele pode evoluir de um passatempo mediano para um título realmente atraente.

A comunidade tende a abraçar jogos com esse perfil quando os desenvolvedores demonstram dedicação, e Infect Cam parece ser exatamente o tipo de obra que pode florescer com o tempo.

Infect Cam é mediano, mas divertido

Em resumo, Infect Cam não tenta ser um grande marco dos jogos de zumbi, e tudo bem. Ele se destaca como uma opção leve, simples e boa para passar o tempo. É ideal para quem busca algo casual, sem compromisso, e que não se importa com a falta de profundidade. O jogo está disponível na Steam.

Nota final: 6/10 –  Um jogo mediano, sem grandes emoções, mas com potencial e charme suficiente para agradar fãs de indies.

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