O terror psicológico japonês “Dollhouse”, dirigido por Shinobu Yaguchi, estreia nos cinemas brasileiros em 6 de novembro, prometendo levar o público a uma jornada intensa entre amor, perda e loucura. Conhecido por sucessos como Waterboys e Swing Girls, o diretor agora mergulha em um universo sombrio e emocional, marcando sua primeira incursão no gênero J-horror.
Distribuído pela Sato Company, o longa apresenta um olhar perturbador sobre o luto e a obsessão, acompanhando a história de Kae, uma mãe devastada que encontra consolo em uma boneca assustadoramente parecida com sua filha falecida. O que começa como um gesto de cura se transforma em um pesadelo sobrenatural.

A nova face do terror japonês: entre o afeto e o medo com Dollhouse
O cinema japonês de terror é conhecido por explorar o psicológico e o espiritual, mas “Dollhouse” vai além ao retratar a vulnerabilidade humana diante da perda. A protagonista Kae Suzuki, interpretada por Masami Nagasawa, tenta superar o trauma da morte de sua filha ao trazer para casa uma boneca que reproduz cada traço da menina. Esse vínculo emocional, inicialmente reconfortante, rapidamente se transforma em um ciclo de estranheza e paranoia que ameaça a sanidade da família.
O diretor Shinobu Yaguchi, até então reconhecido por seu humor leve, surpreende ao criar uma atmosfera densa e intimista, onde cada olhar e silêncio se tornam parte do horror. Sua proposta é clara: mostrar que o verdadeiro medo nasce daquilo que tentamos esconder dentro de nós.
“Dollhouse” e a linha tênue entre consolo e obsessão
Inspirado em fenômenos reais como a “doll therapy”, o filme reflete sobre o uso de bonecas realistas em terapias emocionais. Essa prática, voltada a aliviar o sofrimento de pessoas em luto, ganha em Dollhouse uma leitura sombria. A boneca, que deveria representar um ponto de conforto, torna-se um símbolo de negação e obsessão, revelando o quanto o amor pode se transformar em um ciclo destrutivo.

A trama intensifica esse conflito com a chegada de uma nova filha, Mai, o que desperta o ciúme e a presença inexplicável da boneca que insiste em retornar à casa. É nesse ponto que o filme rompe as barreiras entre o real e o sobrenatural, levando o espectador a questionar se o que Kae enfrenta é fruto de uma força maligna ou de sua própria culpa não resolvida.
Elenco, estética e atmosfera do horror psicológico
O elenco de “Dollhouse” é formado por nomes de peso do cinema japonês, incluindo Masami Nagasawa, Koji Seto, Tetsushi Tanaka e Jun Fubuki. A fotografia de Fūta Takagi constrói uma estética elegante e melancólica, onde cada sombra carrega uma ameaça invisível. A trilha sonora de Hiroki Kojima e o tema “Katachi”, interpretado pela banda Zutomayo, complementam o tom emocional e enigmático da narrativa.
Exibido em festivais como o Far East Film Festival e o New York Asian Film Festival, o longa tem sido elogiado por sua originalidade e por transformar o luto em espetáculo visual e sensorial. Shinobu Yaguchi prova que é possível reinventar o terror japonês sem depender de clichês, apostando em uma história que toca, perturba e emociona.
Um terror que transcende o medo
Mais do que assustar, “Dollhouse” convida o público a refletir sobre os limites do amor e o perigo de se apegar ao passado. Yaguchi entrega uma narrativa que mistura dor, afeto e loucura, transformando o luto em uma metáfora sobre a fragilidade humana. Com estreia marcada para 6 de novembro, o filme promete ocupar um espaço de destaque entre os grandes títulos do terror psicológico japonês deste ano.
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